Definição
A palavra "Fisioterapia" deriva do grego, sendo formada pela união das palavras "phýsis", que exprime a noção de "natureza" ou “função orgânica”; e "therapeia", que significa "tratamento".
Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia, das ciências morfológicas, fisiológicas, patológicas, bioquímicas, biofísicas, biomecânicas, cinesioterápicas, além das disciplinas sociais e comportamentais.
Áreas de atuação do Fisioterapeuta:
Áreas de atuação do Fisioterapeuta:
- Fisioterapia clínica
- Ambulatórios;
- Consultórios;
- Centros de reabilitação;
- Hospitais;
- Clínicas;
- Saúde coletiva
- Ações básicas de saúde;
- Fisioterapia do trabalho;
- Programas institucionais;
- Vigilância sanitária;
- Educação
- Direção e coordenação de cursos;
- Docência em níveis secundário e superior;
- Extensão;
- Pesquisa;
- Supervisão técnica e admnistrativa;
- Outras
- Esporte;
- Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico.
História
A história da Fisioterapia percorre os séculos, sendo difícil determinar seu início. Nesta postagem, serão relatados alguns momentos importantes, mas que sem dúvida deixará lacunas, visto que um resumo deste tipo dificilmente abrange todos os acontecimentos relevantes. A Fisioterapia vem desde a ideia da utilização de recursos naturais para tratamento de doenças, passando a ser, em determinado momento, área de estudo das ciências médicas, até sua consolidação como profissão, como a conhecemos hoje.
O uso de recursos fisioterapêuticos é conhecido pela humanidade há milênios, como a aplicação de fricção com as mãos sobre o local de um ferimento para diminuir a dor, ou o uso de enguias elétricas para tratamento de certas patologias, além do uso de exercícios físicos para o tratamento de doenças instaladas, o que hoje conhecemos como “cinesioterapia”, em diversos lugares do mundo, como Grécia, China e Índia. Sabe-se que Hipócrates (considerado como pai da medicina) já defendia o uso de banhos, massagens e exercícios para a cura de alguns males há muito tempo atrás.
Durante a Idade Média, sob o domínio da igreja católica, o corpo era considerado como algo divino, servindo apenas de receptáculo para a alma, e portanto, as pesquisas envolvendo o corpo humano eram proibidas, sendo retomadas a partir do século XIV, com a ascensão das ideias renascentistas. A ideia de reabilitação física ganha nova força com o advento da revolução industrial, e a necessidade de tratar os trabalhadores acidentados. No século XIX, com a expansão do uso da eletricidade, as clínicas e espaços que usavam a eletroterapia começam a ganhar popularidade, tanto para fins psiquiátricos quanto para tratamento dos demais sistemas orgânicos do corpo.
O uso de recursos fisioterapêuticos é conhecido pela humanidade há milênios, como a aplicação de fricção com as mãos sobre o local de um ferimento para diminuir a dor, ou o uso de enguias elétricas para tratamento de certas patologias, além do uso de exercícios físicos para o tratamento de doenças instaladas, o que hoje conhecemos como “cinesioterapia”, em diversos lugares do mundo, como Grécia, China e Índia. Sabe-se que Hipócrates (considerado como pai da medicina) já defendia o uso de banhos, massagens e exercícios para a cura de alguns males há muito tempo atrás.
Durante a Idade Média, sob o domínio da igreja católica, o corpo era considerado como algo divino, servindo apenas de receptáculo para a alma, e portanto, as pesquisas envolvendo o corpo humano eram proibidas, sendo retomadas a partir do século XIV, com a ascensão das ideias renascentistas. A ideia de reabilitação física ganha nova força com o advento da revolução industrial, e a necessidade de tratar os trabalhadores acidentados. No século XIX, com a expansão do uso da eletricidade, as clínicas e espaços que usavam a eletroterapia começam a ganhar popularidade, tanto para fins psiquiátricos quanto para tratamento dos demais sistemas orgânicos do corpo.
A Fisioterapia, como conhecemos hoje, é uma profissão relativamente recente, tendo ganho este status a partir do século XX, quando as duas guerras mundiais causaram um grande número de lesões e ferimentos graves que necessitavam de uma abordagem de reabilitação para reinserir as pessoas afetadas novamente em uma vida ativa. Inicialmente executada por voluntários nos campos de batalha, a Fisioterapia acompanhou as grandes mudanças e transformações do século XX e os profissionais que a desempenhavam souberam agregar novas descobertas e técnicas às suas práticas, sofisticando e desenvolvendo uma ciência própria e um campo específico de atuação, independente das outras áreas da saúde (CREFITO-3).
Nos Estados Unidos, o início da Fisioterapia se dá devido à epidemia de poliomielite e também à entrada do país na primeira guerra mundial, que culminou em um grande número de indivíduos com incapacidades, gerando decréscimo da força de trabalho, criando a demanda de reabilitação para que estes indivíduos pudessem voltar a trabalhar de forma produtiva. Em 1921, foi criada a American Women's Physical Therapeutic Association, que mudou de nome em 1922 para American Physiotherapy Association, admitindo então a entrada de homens.
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention's Public Health Image Library. Imagem de domínio público |
No ano de 1951, em Londres, foi fundada a World Confederation for Physical Therapy (WCPT), com a adesão de 13 países. Até dezembro de 2001 a WCPT representava mais de 82 países membros, incluindo o Brasil, e congregando mais de 225.000 fisioterapeutas em todo o mundo. Na América do Sul, a Argentina foi o país pioneiro da formação de fisioterapeutas, lá chamados de kinesiologistas.
No Brasil, a prática da Fisioterapia iniciou-se na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1929. Os anos 50 marcam o início de sua consolidação como profissão em nosso país, devido a dois fatores fundamentais: a alta incidência de poliomielite, que levava a um grande número de indivíduos com sequelas; e os altos índices de acidentes de trabalho, que demandavam reabilitação. A fisioterapia passa a surgir como ramo de trabalho, e não apenas como área de estudo. Em 1951 foi criado o primeiro curso para formação de fisioterapeutas no país, em nível técnico, com duração de um ano. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, no dia 05 de agosto de 1954, estava sendo fundada a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR). Em 1956 a ABBR cria o primeiro curso de nível superior com a finalidade de diplomar fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, com a duração de dois anos, sendo ampliada para três anos em 1957. Para formar as primeiras turmas dos cursos de Fisioterapia foi necessário trazer duas fisioterapeutas estrangeiras, a escocesa Dra. Edith MacConnel, e a canadense Dra. Ann Winter. Ainda que estes cursos formassem profissionais de nível superior, estes atuavam apenas como auxiliares do médico, limitando-se a executar o tratamento prescrito pelo mesmo.
Em 1959 foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapia (ABF), que se filiou a WCPT, e no dia 13 de outubro de 1969 (dia este que é oficialmente celebrado como dia do fisioterapeuta, no Brasil), a profissão adquiriu seus direitos, por meio do Decreto-lei nº 938/69, no qual a Fisioterapia foi reconhecida como um curso de nível superior e definitivamente regulamentada. Tal reconhecimento pode advir do fato de que o então presidente Costa e Silva sofreu um Acidente Vascular Cerebral e foi tratado por fisioterapeutas. Após a morte do presidente, a junta militar que assumiu o poder assinou o decreto. O decreto 938, de 1969, pode ser acessado no seguinte link:
No dia 08 de Julho de 2013, o Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional aprova a criação do Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia, que trata dos deveres do fisioterapeuta, no que tange ao controle ético do exercício de sua profissão. A resolução está disponível no site oficial do COFFITO, no seguinte link:
Especialidades
O COFFITO reconhece as seguintes especialidades:
- Fisioterapia em acupuntura;
- Fisioterapia aquática;
- Fisioterapia cardiovascular;
- Fisioterapia dermatofuncional;
- Fisioterapia esportiva;
- Fisioterapia em gerontologia;
- Fisioterapia do trabalho;
- Fisioterapia neurofuncional;
- Fisioterapia em oncologia;
- Fisioterapia respiratória;
- Fisioterapia traumato-ortopédica;
- Fisioterapia em osteopatia;
- Fisioterapia em quiropraxia;
- Fisioterapia em saúde da mulher;
- Fisioterapia em terapia intensiva;
- Fisioterapia em urgência e emergência.
Símbolo
O símbolo da Fisioterapia é um elemento de identidade visual, e tem como função ajudar a identificar a marca da profissão, tornando-a única e distinta. Existem diversos símbolos não oficiais para a Fisioterapia, porém o oficial é este da imagem abaixo, aprovado pelo COFFITO. Este símbolo foi desenvolvido sob supervisão de Carlos Alberto Esteu Tribuzy, tendo como base filosófica a consciência profissional e coletiva do fisioterapeuta.
Fonte: COFFITO |
Mas qual o significado deste símbolo?
- A serpente é, há milênios, associada à sabedoria, à busca e transmissão do conhecimento. No símbolo da Fisioterapia são duas, entrelaçadas, uma da direita para a esquerda, e a outra da esquerda para a direita. O direcionamento das serpentes representam o curso da energia no corpo humano, terminando na cabeça, sede de toda concentração vital;
- A cor verde, das serpentes, simboliza a saúde;
- O raio, com seu brilho intenso, é utilizado para identificar os valores e práticas corretas da vida;
- O raio também remete às técnicas utilizadas pelo fisioterapeuta, como a eletroterapia;
- O camafeu, além de ter a função de adorno, está relacionado à função mística de atrair saúde e boa sorte.
Referências
- BARROS, F. B. M.; A formação do fisioterapeuta na UFRJ e a profissionalização da Fisioterapia; dissertação de Mestrado; Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2002;CREFITO 3; Fisioterapia; disponível em: http://www.crefito3.org.br/dsn/fisioterapia.asp; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- BRANDENBURG, C.; MARTINS, A. B. T.; Fisioterapia: História e educação; disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/24859/1/2012_eve_cbrandenburg.pdf;acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- COFFITO; Código de ética e deontologia da Fisioterapia; disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- COFFITO; Fisioterapia: especialidades; disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2350; acesso em: 20 de Fevereiro de 2019;
- COFFITO; Fisioterapia: Formação Acadêmica e Profissional; disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2344#topo; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- COFFITO; Notícia: COFFITO publica resolução e reconhece atuação do fisioterapeuta em Urgência e Emergência; disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=10577#more-10577; acesso em: 20 de Fevereiro de 2019;
- DICIONÁRIO PRIBERAM; Consulta de termo: “fisio”; disponível em: https://dicionario.priberam.org/fisio-; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- DICIONÁRIO PRIBERAM; Consulta de termo: “terapia”; disponível em: https://dicionario.priberam.org/terapia; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS; Decreto-Lei nº 938, de 13 de Outubro de 1969; disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0938.htm; acesso em: 19 de Fevereiro de 2019;
- SOUZA, R. C. P.; Símbolo da Fisioterapia; Disponível em: http://www.crefito10.org.br/cmslite/userfiles/file/slides_simbolofisioterapia.pdf; acesso em: 20 de Fevereiro de 2019.